00:02:00
Voô atrasado.
Mais de duas horas.
Vou me permitir umas besteiras por aqui antes que eu caia de sono.
Impressionante como o prisma de nosso olhar transforma as coisas. Passei um ano sem vir a minha cidade natal, e quando finalmente pisei nela, tudo me incomodou: A sua sujeira, o seu calor cozinhante, as bicicletas, o transito caotico, a casa dos meus pais, . Tudo. Minha mente estava muito longe dali. Estava numa vida incerta deixada para uma prova de fogo a 3000 km de distancia. Prova essa que ja estava com cartas marcadas muito antes de começar.
Lembro-me da ansiedade de voltar pra casa. Pra minha casa.
Apesar de todos queridos ao meu redor, a minha cabeça estava longe.
Apesar de todas as meninas com seu cheiro de uma terra quente por natureza, a minha cabeça estava com apenas uma delas.
Despedi-me de todos com a frase que eu havia dito no dia de minha primeira partida: "nao sei quando volto de novo por aqui". E realmente, jamais imaginaria as circunstancias que me levariam de volta a minha querida cidade das mangueiras dois meses depois.
La estava ela da mesma maneira que sempre foi. Mas nao pra mim.
No meu prisma, ela estava cinza. Nada fazia sentido em um primeiro momento, e logo depois, tudo clareou. E o medo transformou-se em coragem. O desespero em esperança. Nao haviam amigos, nem familia, nem meninas.
Mais uma vez me despedi: "nao sei quando apareço".
Pela terceira vez voltei. Depois de mais dois meses.
E vi uma Belem que nao via desde os meus melhores anos.
Ela tava com cheiro de chuva.
Eu tinha 20 anos novamente.
Forte. Certo. Iuri.
Senti a casa dos meus pais como um abraço apertado. Dormi no meu quarto original. Fiquei num carrinho perebento. Ri daqueles que riram nas minhas costas. Parei de julgar. Simplesmente aceitei. Fui excentrico. Fiz muitas amizades novas. Resgatei outras desgastadas. Fui admirado e admirei. Ignorei com maestria qualquer coisa que me pudesse atingir. Bebi todos os dias. Conheci novos bares. Vaguei sozinho. Fui muito bem acompanhado. Representei o meu papel, e agora volto para onde eu decidi reconstruir minha vida ao lado da pessoa que eu acho que merece tudo o que tenho a oferecer.
Belem mudou de acordo com meu prisma, e agora digo: "Espero que quanto antes volte aqui de novo".
Lembro-me da ansiedade de voltar pra casa. Pra minha casa.
Apesar de todos queridos ao meu redor, a minha cabeça estava longe.
Apesar de todas as meninas com seu cheiro de uma terra quente por natureza, a minha cabeça estava com apenas uma delas.
Despedi-me de todos com a frase que eu havia dito no dia de minha primeira partida: "nao sei quando volto de novo por aqui". E realmente, jamais imaginaria as circunstancias que me levariam de volta a minha querida cidade das mangueiras dois meses depois.
La estava ela da mesma maneira que sempre foi. Mas nao pra mim.
No meu prisma, ela estava cinza. Nada fazia sentido em um primeiro momento, e logo depois, tudo clareou. E o medo transformou-se em coragem. O desespero em esperança. Nao haviam amigos, nem familia, nem meninas.
Mais uma vez me despedi: "nao sei quando apareço".
Pela terceira vez voltei. Depois de mais dois meses.
E vi uma Belem que nao via desde os meus melhores anos.
Ela tava com cheiro de chuva.
Eu tinha 20 anos novamente.
Forte. Certo. Iuri.
Senti a casa dos meus pais como um abraço apertado. Dormi no meu quarto original. Fiquei num carrinho perebento. Ri daqueles que riram nas minhas costas. Parei de julgar. Simplesmente aceitei. Fui excentrico. Fiz muitas amizades novas. Resgatei outras desgastadas. Fui admirado e admirei. Ignorei com maestria qualquer coisa que me pudesse atingir. Bebi todos os dias. Conheci novos bares. Vaguei sozinho. Fui muito bem acompanhado. Representei o meu papel, e agora volto para onde eu decidi reconstruir minha vida ao lado da pessoa que eu acho que merece tudo o que tenho a oferecer.
Belem mudou de acordo com meu prisma, e agora digo: "Espero que quanto antes volte aqui de novo".
Um comentário:
E a viagem muito desgastante?
Mas a chegada deve ter valido a pena :)
Muito bacana o texto, muito mesmo.
Vê se manda as fotos da Pça do Carmo pela Iara.
Bjos e até o regresso.
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