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11 janeiro 2007

O peso de uma mochila nas costas.

É impressionante como o nosso limite está sempre muito além do que imaginamos. Sempre que achamos que chegamos ao fundo do poço, o nosso corpo nos mostra que ainda não é o fim. Seja porque nos deparamos com sitações que nos fazem cair ainda mais, ou então porque conseguimos sair do fundo desse poço ilesos. E depois olhar pra trás e ver que aquilo não foi nada. Que simplesmente foi uma experiência de vida.

Me lembro quando estava no exército. Operação Boina Rajada. Passamos uma semana no meio da selva amazônica, comendo literalmente o pão que o diabo amassou.
Dormíamos as 2 da manhã. Ensopados até a alma. O corpo parecia que tinha sido moído por um triturador de carne.

A primeira coisa que fazem contigo na operação boina é quebrar o teu físico. Tinhamos que carregar um fuzil de 4,5 Kg e uma mochila de aproximadamente 15Kg. Na época eu pesava 65 Kg, então só de material externo eu carregava aproximadamente 1/3 do meu peso. E não andávamos - Corríamos.
Depois eles quebram o teu psicológico. Te fazem sentir o último dos homens. És um bosta e eles provam isso.

As reações são as mais diversas: Tem gente que chora, tem gente que xinga, tem gente que fica meio abobado. Eu mesmo pensei seriamente em matar o sargento pelo menos umas duas ou três vezes. Mas todos acham que não vão conseguir chegar até o fim. Todos.

Mas não foi exatamente da operação boina que eu quero falar, mas sim de quando ela acabou.

Eu fiquei uma semana com uma mochila nas costas, que no começo era um fardo. Um peso imenso. Eu lembro da minha coluna arquear pra trás. Eu passava pelo menos 20 horas do dia com ela nas costas.
Lá pelo 3º dia ela já não incomodava tanto.
No último dia eu nem lembrava que ela existia. Na verdade ela era totalmente nescessária ali. Tinha roupa enxuta, tinha comida, tinha proteção. Eu nem sabia se sobreviveria sem ela. E acima de tudo sabia que eu tinha assumido o compromisso com a situação, e não podia simplesmente jogar ela pro canto e mandar todo mundo pra porra, pois eu que tinha escolhido estar ali. Pronto.

O meu corpo tinha se adaptado àquela situação de adversidade. E minha mente também.

Quando acabou a semana no inferno, após chegar no quartel, eu tirei ela das costas e fui pra casa receber o merecido descanso dos justos e vencedores.
Foi uma sensação única na minha vida: O peso não estava lá!
Leve.
A impressão que eu tinha era que eu ia começar a flutuar, igual os homens na lua: Se eu pulasse iria embora.

Foi aí que eu vi o peso que tava carregando e não quando eu a pus a primeira vez nas costas, pois nesse momento o meu corpo e mente estavam em estresse total sabendo da carga que viria (isso não quer dizer que seria fácil), mas quando a mochila saiu foi quando eu vi que eu era leve e livre, e mesmo que a mente e o corpo tenham se acostumado com ela, ainda era um peso que não fazia parte de mim.

As vezes acabamos carregando cargas pesadas e nem nos damos conta.

E sim. Eu sobrevivi sem a mochila.

3 comentários:

Anônimo disse...

Agora que li uns 3 coments passados...
PARABENS pro Djalma!!!

Gladiador e DO KRALHO, aquela cena entao...

Porra lembrar de seculos atras tu no exercito kralho???? ehehehehehehheheheh

Abracos Brother e vamo beber onde???? :P

Iuri Fernandes disse...

Nem sempre o que tá exposto é a mensagem a ser passada Neto. Veja o título. E veja as conclusões...

Nem tudo é tão óbvio!

=]

*Vou beber na cidade que tem mais bar per capita no país!!!! e tu???

Anônimo disse...

Eu sei..
So tirando sarro contigo :P