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14 fevereiro 2007

Mil Acasos

Ontem morte e destino se encontraram, dois irmãos, um que vemos somente no fim e outro que nos acompanha durante toda a vida.

O destino foi bem mais generoso no meu dia de ontem. Ele se encarregou de me sentar ao lado de uma pessoa fantástica, uma senhora, artísta plástica, figuraça.
Engraçado como ele age.
Eu estava em um engarrafamento na rua Bahia, à alguns quarteirões do Café com Letras. Pensei: "Eu vou tomar um chopp". Quando me vi, estava batendo papo com essa artísta. Com a sua filha que faz teatro e bradava aos quatro ventos: "Eu nunca serei fiel na minha vida!".
Logo depois de muito papo, chega o marido da senhora, de terno, gravata e uma pasta executiva nas mãos - Secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Minas (Acho que é isso).
Muito engraçado toda a cena.
Ela falava que estavamos num trem, indo por vários lugares e então, porque não batermos papo durante a viagem?
Ele falou que o "casamento é administração de conflitos", mas que vale a pena.
Ela me convidou para fazer uma visita, e conhecer sua próxima exposição de arte.
Ele contou que na época que ficaram noivos, era obrigatório a presença de uma das seis irmãs dela em qualquer encontro.
Ela viu uma carta de tarô para mim. Deu estrela. Não faço a mínima ideia do que significa.
Ele contou piada de putaria.
Duas figuras antagônicas.

Lá pelas tantas, toca o celular. Era a morte rondando. O síndico do apartamento que eu morava, estava me dando a notícia que um colega de trabalho que morava lá, havia se suicidado.

Havia tanta vida naquela senhora, desconhecida, que estava ao meu lado.

Havia tão pouca vida, naquele moço da minha idade que jazia no banheiro frio de um apartamento comum.

É a vida. Que tenha paz.

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