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11 julho 2008

03 abril 2008

Last One

Acabou.
Esse blog acabou.
Após as minhas aventuras nipônicas, cheguei a conclusão que perdeu a graça escrever aqui.
Não faz mais sentido.
Não que as minhas aventuras tenham acabado. Elas apenas recomeçaram.
Pra vocês terem uma ideia disso: Ao voltar do Japão, enfrentei uma viagem de 52 horas de trânsito, conheci Auckland (e quase fiquei por lá mesmo), cheguei em BH e, em uma semana, resolvi toda a minha vida para ser vivida a 2.850 km dali, em Belém do Pará. Peguei o carro e com mais um [doido] co-piloto, enchemos o carro de caixas e partimos rumo ao norte.
Para completar, daqui a 13 dias a minha filhota nasce.
Eu acho que não nasci para ter uma vida normal. É herança da família do meu pai.
Outra grande herança deles é a capacidade de deixar projetos pela metade, sem o mínimo peso na consciência.
Logo, esse blog acaba aqui.

Falous.

=]

12 março 2008

Acabou

E aqui terminam as minhas aventuras nipônicas na terra do sol nascente.
Seis meses.
Metade de um ano.
Passou rápido e ao mesmo tempo, tive dias que levaram séculos.
Cheguei dia 02 de outubro, em pleno outono, e tava quente pra caralho.
Eu tinha uma idéia totalmente diferente de tudo que se passaria por aqui. Na verdade, eu nao tinha idéia nenhuma, mas achava que tinha.
Fiz ótimos amigos, vi culturas estranhas, subestimei [como sempre] pessoas que mais a frente viriam me surpreender, e outras nem tanto.
A experiência inter-pessoal foi fantástica.
A intra-pessoal idem.
O curso andou bem, e melhorei muito na arte da fotografia.
To ate pensando em levar isso mais a serio.
Agora eu olho pra tras e vejo otimas memórias de uma turma de crianças que fomos. Todos analistas, com seus 20 e poucos anos, se comportando como se tivessem no 2o grau.
Otimos amigos.
Lindas pessoas.
Terminei o ultimo dia sendo o orador da turma, e fazendo palhacada na frente do prefeito da cidade e dos diretores do orgao que nos trouxe. Nada menos "Iuri".
E eu to aqui, arrancando os cabelos que raspei, de ansiosidade, pois serão dois retornos: Um para o meu pais de origem, e outro para a minha cidade natal, depois de 2 anos e meio fora.
To de volta, com baterias recarregadas e cheio de idéias malinas na cabeça oca.
To de volta!

\o/


[mas antes eu vou passear um dia inteirinho em Auckland]

... Um abraço pra quem fica.

09 março 2008

Ainda sobre a minha vida japonesa

Uma das coisas que fizeram parte da minha vida por aqui foram as series. Como tempo foi uma coisa que tive de sobra por aqui, aliado a uma internet de alta velocidade e falta de grana pra ficar saindo todo fim de semana, esses enlatados gringos vieram bem a calhar.
Comecei light, com a serie 24 hrs, a partir da segunda temporada [a primeira ja tinha assistido]. Quando vi, a coisa tava fora de controle: tava assistindo 4 - 5 episódios por dia. Affe...
Fiquei viciadao nas aventuras do Jack Bauer. Recomendo para todos aqueles que curtem filme de acao. Achei o roteiro bem elaborado, a trama concisa e as atuacoes legais.
Outra coisa super legal da serie, eh observar as tecnologias mudando de temporada para temporada. Logo no começo, todo mundo usando os celulares "tijolões", que vão evoluindo ate os modernos blackberries. Show de bola.
Assisti então a segunda, terceira, quarta... ate a sexta e ultima. O que resultou num limbo "seriatico" ao terminar os episódios disponíveis na net.
Não sabia mais pra onde correr. Baixar filmes demora demais, e eu tinha que arranjar um jeito de ocupar o tempo livre. Como eu não aprendi a ler japonês [pois assim poderia me ocupar com livros], fui atrás de outras series. Me atualizei com a velha e boa LOST, e me aventurei pela The Sarah Connor Chronicles, mas desencanei logo no segundo episodio... tentei ver o terceiro só pra ter certeza que definitivamente não dava.
Baixei então a serie Weeds. Bacana. Gostei. Divertida, inteligente, sarcastica. Nao era nenhum Jack Bauer, mas bem melhor que a mãe do John Connors. Mas foi curtinha: somente 10 episódios e voltei para o limbo.
Foi ai que li em algum lugar sobre Californication.
Estou no sétimo episodio, e gostaria que a serie fosse eterna.
Espetacular.
Melhor que LOST, Heroes, 24 Horas...
Não tem mocinho nem bandido, nem os outros, nem paranormais, nem apocalipse, nem explosões, nem terroristas. Mas tem um anti-herói, que não é bom, nem mal. É apenas um ser humano sarcástico pra caralho, que esqueceu a anos o que é água, praticamente se hidratando somente de whisky. O cara também tem o poder de seduzir praticamente toda mulher gostosa que passa pela frente dele - menos a que ele é "verdadeiramente" apaixonado. Porreta.
Assistam.

Acabou-se o que era doce

E aqui acabaram-se as minhas aventuras nipônicas.
Depois de um mes estressante onde tivemos que desenvolver um sistema, onde a única maneira que os japas encontraram de deixar essa tarefa difícil, foi nos dando metade do tempo necessário para tal.

Foi um mês corrido, mas enfim, acabou.
Acabou o sistema [e o curso].
Estou de malas prontas para retornar ao Brasil em 4 dias.
E fica a pergunta: Valeu a pena?
Responderei a pergunta de acordo com vários pontos de vista.

- Do ponto de vista profissional: SIM. O curso começou meio fraco, mas mostrou-se muito interessante, principalmente pela qualidade dos instrutores [todos analista e/ou técnicos e/ou gerentes de altíssimo nível]. Valeu principalmente pelo ultimo mês. Vi que ainda tenho muito a aprender. Poderia ter sido melhor? Poderia [sempre pode ser melhor] - mudando pouquíssimas coisas, o curso pode melhorar, e muito!

- Do ponto de vista pessoal: ABSOLUTAMENTE SIM. Os 5 meses e meio aqui me serviram para tantas coisas, que seria impossível quantifica-las, pois muito do aprendido não pode ser quantificado. Mas talvez possa ser qualificado, como uma puta experiência de vida. Com os japoneses, com uma américa latina desconhecida por nos [hermanos brasilenos]. Culturalmente falando, eu aprendi muito sobre árabes e asiáticos. Quantas racas, cores, credos, vidas.

A vida no Japão, não foi exatamente uma vida japonesa. Foi uma grande republica mundial. E, se por um lado eu bati meu recorde em consumo de whisky [Bourbon na verdade], por outro eu desintoxiquei a mente e o corpo em outros aspectos. Celular e carro, são duas pragas da vida moderna que eu simplesmente ignorei. Andei pra burro. Respirei idem. Perdi uns 5 quilos. Ganhei musculos na coxa.

Claro que em certas horas você quer pirar de saudade e solidão. Mas é tentar aguentar firme e saber que sempre existe o próximo dia. Claro que senti saudade. Claro que as vezes deu vontade de pegar o primeiro vôo, sem escalas, no entanto, sabemos que rapadura é doce, mas não é mole não. Entao se precisamos chegar ao ceu, é preciso morrer antes.


E vamo que vamos que o tempo não para.